EUA usam peixes para alertar atentados em água
Surge mais uma polêmica a respeito do uso militar de animais marinhos nos EUA. A bola da vez são os peixes. Marinha norte-americana já foi processada por usar um tipo de sonar que causaria desorientação e sangramento em olhos e ouvidos de baleias e golfinhos; e, em julho último, causou furor em entidades ambientalistas ao utilizar, em um treinamento militar, golfinhos e leões-marinhos para detectar e recuperar minas depositadas no fundo do oceano.A nova questão envolve um peixinho muito comum nos EUA, o bluegill - na tradução literal para o português, guelras azuis. O animal está sendo usado por diversas cidades - entre elas as metrópoles Nova Iorque, San Francisco e Washington - para garantir a qualidade da água dos reservatórios e evitar ações terroristas de contaminação.
Leis federais exigem, desde o 11 de setembro de 2001, que todas as cidades e comunidades norte-americanas que tenham reservatórios coletivos de distribuição avaliem a qualidade da água e garantam proteção a ataques de agentes biológicos e químicos.
Muitos locais desenvolveram sistemas eletrônicos de proteção; mas, segundo informações da agência Associated Press, uma empresa criou, patenteou, produz, vende e faz muito sucesso com esse outro sistema, à base de bluegills.
Os peixinhos, que cabem na palma da mão, são mantidos, em cardumes, em tanques alimentados com a mesma água que compõe o reservatório. Elementos sensoriais detectam qualquer alteração no comportamento dos animais.
O bluegill é muito resistente e, segundo a AP, tem alta sensibilidade a mudanças na qualidade da água. Quando há alguma toxina presente, ele "tosse", flexionando as guelras para expelir as substâncias indesejadas.
Um dos fundadores da companhia que comercializa o sistema, Bill Lawler, defendeu sua criação à AP, afirmando que os dispositivos eletrônicos só medem aquilo que estão programados para medir; os bluegills, ao contrário, constituem o mais confiável sistema de alerta, que supera qualquer invenção humana.
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