Piquete de alunos da USP causa tumulto no Instituto de Física
CLAYTON FREITASda Folha Online
Um piquete a respeito da greve dos alunos da USP (Universidade de São Paulo) realizada no Instituto de Física, nesta terça-feira, causou um tumulto no prédio. A Polícia Militar teve de ser chamada para conter a confusão. Um aluno ficou ferido levemente pois um dos professores teria jogado uma cadeira para impedir o piquete.
Segundo o vice-presidente do Cefisma (Centro de Estudos em Física e Matemática), Francisco Assis Nascimento Júnior, 30, em uma assembléia realizada na noite desta segunda (21), 120 alunos -- de um total de cerca de 2.000-- decidiram entrar em greve e apoiar a ocupação do prédio da reitoria, iniciada no dia 3 último. Um mandado de reintegração de posse foi expedido no dia 16 e pode ser cumprido com o auxílio de tropas de choque da PM a qualquer momento.
Hoje pela manhã, os alunos que não participaram da assembléia foram até a unidade para assistir às aulas normalmente. No entanto, os 120 grevistas (alunos) colocaram carteiras na entrada principal do prédio que dá acesso às salas de aula e o tumulto teve início.
Segundo o Cefisma, a maior parte dos alunos é contra as greves e a ocupação do prédio da reitoria.
De acordo com o diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Alexandre Pariol, um dos professores contrários à greve e à ocupação pediu o auxílio da PM para liberar o prédio. Até as 9h15 o clima era de tumulto no local, com a maioria dos alunos tentando entrar e uma outra parte impedindo a entrada.
Alguns integrantes da ocupação da USP se deslocaram do prédio da reitoria para o prédio da Física para auxiliar aqueles que estão resistindo à entrada. Segundo os PMs, o local será liberado após conversas entre os professores. O "racha", entretanto, deve persistir, segundo os alunos.
Ocupação
A coordenadora do Condep (Conselho Estadual da Defesa da Pessoa Humana), Rosa Nogueira, e os alunos que ocupam o prédio, devem ter uma reunião ainda nesta terça.
Segundo o aluno de ciências sociais Waldy Issa Fernandes, 32, os alunos irão explicar a necessidade de uma assembléia a ser realizada ainda hoje, às 18h, para poderem se posicionar a respeito das decisões tomadas pela reitora da USP, Suely Vilela, em um encontro realizado na segunda (21) e que discutiu a desocupação pacífica.
O coronel Joviano Conceição de Lima, do Comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar de São Paulo, afirmou nesta terça que as tropas estão definidas e podem atuar a qualquer momento, mas as ações irão depender do aval do Comando Geral de Polícia Militar, que, por sua vez, irá se reportar ao secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, que deverá se reunir com o governador José Serra (PSDB), ainda hoje.
1 Comments:
Engraçada a afirmação "a maioria dos alunos são contra greves e ocupações " Com base em que ? Questiona-se o legitimidade de uma assembléia pois teria poucos alunos, no entanto uma afirmação totalmente chutada, na pior das hipóteses impressionista é apresentada sem questionamentos. Os alunos so contra ou tem medo de represálias ? Acho difícil os alunos serem a favor do fim da moradia estudantil, do corte de verbas, da generalização indiscriminado do EAD... Pelo menos aqui na Ufes não é assim não.
Raphael - Doutorando em Física- UFES
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