20.9.07

Ministério pede explicações à Dell sobre exigências a físicos

LAUDIO ANGELO
da Folha de S.Paulo

O MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) solicitou ontem à Dell Computadores do Brasil esclarecimentos sobre a tentativa da empresa de policiar o uso de computadores da marca por físicos da Universidade Federal Fluminense.

A Folha revelou anteontem que a Dell exigiu que o físico nuclear Paulo Gomes, que comprara máquinas da empresa, assinasse um documento se comprometendo a não transferir os equipamentos a países do "eixo do mal", como Cuba, Irã, Coréia do Norte e Síria, e a não utilizá-los para produzir "armas de destruição em massa". A exigência foi feita depois que a empresa descobriu, por meio de gravações feitas enquanto a compra era acertada, que as máquinas iriam para um instituto de física.

Gomes se recusou a assinar o termo e denunciou o caso à comunidade dos físicos. Vários deles passaram a pedir boicote à Dell. A Sociedade Brasileira de Física manifestou solidariedade a Gomes e recomendou anteontem que seus sócios não assinassem nenhum termo desse gênero.

A filial brasileira da Dell, em Porto Alegre, alegou que o termo era uma exigência da lei americana e que a matriz da empresa nos EUA, uma das maiores fabricantes de computadores do mundo, poderia ser punida pelo governo americano caso a determinação não fosse aplicada. Os EUA têm restringido exportação de alta tecnologia para vários países por temerem seu uso militar. Cientistas brasileiros têm sofrido essas restrições.

O secretário de Política de Informática do MCT, Augusto Cesar Gadelha, vê a questão de outra forma. Para ele, a Dell do Brasil é uma empresa brasileira, que recebe inclusive dinheiro do próprio MCT via Lei de Informática. "A Secretaria de Política de Informática surpreende-se que uma empresa brasileira, localizada em território nacional, esteja fazendo exigências, com base em normas de outro país, para venda de seus produtos", afirmou o secretário em nota.

Quilo ficou mais leve, diz órgão internacional de pesos e medidas

O padrão original do quilograma será substituído em breve, uma vez que houve alteração em algumas micropartes do grama com relação ao de suas cópias, informou o Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM).
"Constatamos uma diferença entre a massa do protótipo do padrão do quilograma e a média de suas cópias. A diferença é de 50 microgramas aproximadamente", afirmou o diretor do setor de massa do Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), Richard Davis. O diretor disse desconhecer como esse fato se deu, uma vez que "o padrão e suas cópias se guardam nas mesmas condições, foram construídos na mesma época e com os mesmos materiais". O padrão data de 1889 e se conserva em um pavilhão do BIPM, na localidade francesa de Sèvres, sob três cúpulas de cristal seladas. Trata-se de um objeto de 39 milímetros de diâmetro e igual altura composto por 90% de platina e 10% de irídio. "O padrão atual será trocado em 2010 por uma esfera de 93 milímetros de diâmetro, composta unicamente por átomos de silício 28", explicou Davis. O silício 28, segundo o responsável pelo BIPM, apresenta a vantagem de ser estável, "ou seja, que sua massa não varia com a passagem do tempo".

Constatamos uma diferença entre a massa do protótipo do padrão do quilograma e a média de suas cópias. A diferença é de 50 microgramas aproximadamente", afirmou o diretor do setor de massa do Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), Richard Davis.

O diretor disse desconhecer como esse fato se deu, uma vez que "o padrão e suas cópias se guardam nas mesmas condições, foram construídos na mesma época e com os mesmos materiais".

O padrão data de 1889 e se conserva em um pavilhão do BIPM, na localidade francesa de Sèvres, sob três cúpulas de cristal seladas. Trata-se de um objeto de 39 milímetros de diâmetro e igual altura composto por 90% de platina e 10% de irídio.

"O padrão atual será trocado em 2010 por uma esfera de 93 milímetros de diâmetro, composta unicamente por átomos de silício 28", explicou Davis.

O silício 28, segundo o responsável pelo BIPM, apresenta a vantagem de ser estável, "ou seja, que sua massa não varia com a passagem do tempo".